segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ONGs pedem que acordo UE-África inclua combate à fome
Lisboa, 17 Nov (Lusa) - As organizações não governamentais (ONGs) presentes no Fórum de Sociedade Civil Europa-África, que terminou neste sábado em Lisboa, querem que o documento de parceria estratégica que deverá ser assinado durante a cúpula entre União Européia (UE) e África contemple a luta contra a fome.Segundo Francisco Sarmento, da ActionAid Internacional, uma das entidades que participaram do evento, o documento de parceria estratégica não faz "uma única referência à fome na África, como se o problema que afeta 500 milhões de africanos não existisse".As ONGs presentes no fórum contestaram o fato de o documento de parceria estratégica se centrar no reforço econômico entre a Europa e a África no setor privado e esquecer o problema da fome e os apoios que a UE pode dar para a resolução do problema.O Fórum da Sociedade Civil Europa-África recomendou também aos países africanos que adotem medidas no sentido de erradicar a fome no continente.A UE foi particularmente visada nas críticas, uma vez que pretende que seja assinado o acordo de livre comércio com a África. Segundo Francisco Sarmento, o projeto vai agravar o problema da fome nas áreas rurais africanas.Os participantes do evento advertem a UE para as conseqüências da assinatura de uma parceria comercial com um continente que não possui infra-estruturas industriais capazes de concorrer com os produtos europeus.Outra crítica foi o fato de o acordo de livre comércio estar prestes a ser assinado sem que tenham sido consultados os parlamentos dos diversos países africanos. "Da forma apressada como está sendo feito, este acordo terá um impacto muito negativo na África", afirmou Sarmento.O Fórum da Sociedade Civil Europa-África é um instrumento de análise política e de debate, tendo sido organizado no âmbito da Presidência portuguesa da União Européia.O objetivo do encontro é fazer recomendações aos chefes de Estado e de Governo que vão se reunir em Lisboa na cúpula UE-África, marcada para 8 e 9 de dezembro.

domingo, 14 de setembro de 2008

Ajuda alimentar da UE alimenta milhões de bocas

Uma recente decisão da União Europeia deverá permitir ajudar cerca de 18,7 milhões de pessoas de entre as mais vulneráveis do mundo.
O serviço de ajuda humanitária
da Comissão Europeia acaba de atribuir um montante recorde de 160 milhões de euros para ajuda alimentar a favor das pessoas vítimas de crises alimentares graves em África, na Ásia, no Cáucaso e no Médio Oriente.
“Em muitos dos países mais pobres do mundo, as populações vulneráveis estão cada vez mais expostas a catástrofes naturais, a conflitos e a pressões económicas, que podem rapidamente desembocar em situações de fome. A União Europeia tem um papel essencial a desempenhar, concedendo-lhes ajuda alimentar e restabelecendo a produção alimentar” declarou Louis Michel, Comissário do desenvolvimento e da ajuda alimentar
.
A ajuda alimentar será concentrada nas zonas mais necessitadas. Até agora, foram definidas dezassete zonas prioritárias, entre as quais as seguintes: Burundi, Quénia, Nepal, Afeganistão, Colômbia, Sudão, Chade, Somália, Margem Ocidental e Faixa de Gaza. A ajuda assumirá as seguintes formas:
distribuição de ajuda alimentar às populações em dificuldade na sequência de uma catástrofe natural, de uma epidemia ou de um conflito armado,
assistência em matéria de recuperação nutritiva aos grupos vulneráveis vítimas de crises, nomeadamente às mães e crianças com menos de 5 anos,
restabelecimento dos recursos das comunidades rurais graças a programas do tipo "alimentos a troco de trabalho",
restabelecimento dos meios de subsistência essenciais das populações vulneráveis quando regressam às suas casas ou se reinstalam após uma crise.
A maior parte dos projectos serão levados a cabo pelo Programa Alimentar Mundial da ONU, mas os relativos à nutrição e à segurança alimentar a curto prazo serão confiados à Cruz Vermelha e a outras organizações não governamentais.

Fonte:http://ec.europa.eu/news/external_relations/080304_3_pt.htm